Pioneirismo
e Reinvenção

JÁ IMAGINOU FAZER UM SHOW DE TEATRO PARA MIL PESSOAS?

Foi esse o sentimento que os criadores do Jacaré Banguela tiveram quando o blog atingiu a casa dos mil visitantes diários. Lançado em 2002, ou seja, antes da bolha dos blogs estourar – lá em 2006 –, o blog do cuiabano Rodrigo Fernandes trazia as principais notícias do dia com uma pitada única de humor. Sem o apoio das apuradas estratégias e análises de dados como temos hoje em dia, o mundinho dos blogs contava apenas com o estabelecimento, aos poucos, do peso dos seus próprios nomes. Vivenciando esse momento, e a partir, também, de um convite da Antártica para a cobertura de uma campanha no Rio de Janeiro, os meninos do Jacaré Banguela ganharam notoriedade perante empresas reconhecidas como, por exemplo, a Coca-Cola e o Banco do Brasil.

“O Analytics, na época, só mostrava números, a gente não sabia de onde cada pessoa que visitava o nosso blog era.”

O ARTISTA E O INFLUENCER SE CONFUNDEM

Para Rodrigo, nada mais tem uma ruptura tão grande como antigamente. E aqui ele se refere exclusivamente ao sucesso que as pessoas originais, ou os artistas, faziam na sua época. De acordo com Fernandes, o artista se confunde com o influenciador hoje em dia justamente porque, para ser original, seguir a moda e o que todo mundo está fazendo não é uma opção. Por outro lado, o roteirista deixou claro que não por isso os influenciadores não podem ser considerados artistas, mas que o desafio se torna cada vez maior. Whindersson Nunes, por exemplo, um dos maiores influenciadores do Brasil, recentemente mudou sua estratégia de conteúdo: substituiu o ring light e o cenário “clean”, e voltou a gravar vídeos com uma GoPro de uma forma mais descontraída, na intenção de melhorar o engajamento dos seus seguidores.

“Ou a gente faz parte de um sistema, ou a gente é original. E original é acreditar nos 2% de chance de dar certo, não nos 98% de chance de dar errado.”